CID Versão 11
A 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças (CID) permite aos profissionais de saúde obter informações padronizadas em todo o mundo. E é a base para identificar tendências e analisar estatísticas de saúde. Contém cerca de 17 mil códigos referentes a lesões, doenças e causas de morte, sustentados por mais de 120 mil termos codificáveis. Usa combinações de códigos, e mais de 1,6 milhão de situações clínicas passam a poder ser codificadas nesta nova versão.
Comparada com as versões anteriores, esta classificação tem um novo formato e recursos multilíngues que reduzem, cada vez mais a chance de erro.
A classificação foi compilada e atualizada com informações de mais de 90 países. E com o envolvimento, sem precedentes, de prestadores de serviços de saúde, permite a evolução de um sistema imposto aos médicos para um banco de dados de classificação clínica e terminologia verdadeiramente capacitadora. Permite ainda uma ampla gama de usos para registar estatísticas na saúde.
Segundo Samira Asma, diretora na OMS “a nova CID é a pedra angular de um sistema de informação de saúde robusto, e tem sido fundamental para ajudar a responder à pandemia Covid-19, usando dados padronizados . E continua sendo crucial para acompanhar a cobertura universal de saúde. Esperamos que todos os países aproveitem os novos e poderosos recursos da CID-11.”
Robert Jakob, líder da equipa de Terminologias e Padrões de Classificações da OMS afirmou que "o princípio fundamental da revisão foi simplificar a codificação e fornecer ferramentas eletrónicas necessárias, a fim de permitir aos profissionais de saúde registos, de forma mais fácil e completa".
Entre outros aperfeiçoamentos, a CID-11 aumenta a clareza dos termos para o público em geral e facilita a codificação de importantes dados, como a disseminação de um cancro, tipos de fratura e tantos outros. Esta versão também inclui recomendações de diagnóstico, atualizadas para condições de saúde mental e documentação digital de certificados para Covid-19.
As atualizações refletem o progresso recente da Medicina e os avanços científicos. Os códigos relacionados com a resistência antimicrobiana, por exemplo, estão alinhados com o Sistema Global de Vigilância da Resistência Antimicrobiana (GLASS).
A revisão foi projetada para ser usada em vários idiomas, dispondo de uma plataforma de tradução, garantia de que os recursos e resultados estejam disponíveis em todos os idiomas. As tabelas de transição, de e para a CID-10, suportam a migração para a CID-11.
É capaz de registar dados sobre segurança na assistência à saúde, identificando e reduzindo eventos desnecessários que podem prejudicar a saúde.
É usada por gestores de programas nacionais de saúde, seguradoras de saúde que tomam decisões de reembolso com base na codificação, por especialistas em coleta de dados e por qualquer pessoa que acompanhe o progresso na saúde global e seja responsável pela alocação de recursos de saúde.
Além das atualizações de codificação, a CID-11 inclui novos capítulos sobre medicina tradicional, saúde sexual e distúrbios relacionados com jogos, adicionados à secção sobre transtornos aditivos.
Desde 2019, que grande parte dos países, grupos científicos e tradutores recomendaram aperfeiçoamentos adicionais à nova versão.
A OMS continua empenhada em apoiar todos os países à medida que avançam na implementação e ampliação desta versão.
A CID-11 foi terminada em maio de 2019 e pode ser usada para inúmeros fins, a saber: causas de morte, prevenção primária, segurança do paciente, documentação da dor, registro de cancro, dermatologia, alergologia, documentação clínica, reembolsos, resultados de testes e muito mais.
Em Portugal, a entrada em vigor do CID versão 11 ainda está atrasada. A DGS informou-nos que só entrará em vigor, quando estiver disponível a tradução para a língua portuguesa, da responsabilidade de uma equipa brasileira, objetivo que ainda não tem data prevista.
Deveria ter entrado em vigor no início de janeiro de 2022, mas pela razão acima referida ainda não foi possível.
Logo que tenhamos conhecimento da entrada em vigor do CID versão 11, atualizaremos esta informação.
A dificuldade de cálculo do número de cavernomas cerebrais é uma realidade em muitos países, dada a variação de codificação, na versão CID 10. A partir da entrada em vigor, em Portugal, aguarda-se a disponibilização da versão 11 nos sistemas informáticos dos centros hospitalares, quer públicos quer privados. E, temos esperança de que as novas codificações resolvam os problemas existentes.
Estaremos atentos aos testemunhos quer dos médicos especialistas quer dos investigadores relativamente à segurança na classificação e registo, de uma forma mais rigorosa, do diagnóstico de cavernomas cerebrais na população, ano após ano.
O código que será usado para a malformação cavernosa cerebral é 8B22.41. Refira-se que – 08 – é referente a doenças do sistema nervoso, 8B22 é a identificação para certas doenças cerebrovasculares especificadas e o número – 41 – identifica a malformação cavernosa cerebral.
Esperamos que o rastreamento do número de casos diagnosticados com cavernomas comece a ser mais rigorosa e segura e que, desta forma, as falhas se reduzam a casos muito raros ou mesmo nulos.